Como responder a pergunta: quais são seus pontos fortes e fracos?
13 min | Hays | Artigo | Dicas para entrevista
“Quais são seus pontos fortes e fracos?”. Se você já realizou alguma entrevista de emprego, com certeza já ouviu essa pergunta antes.
No artigo de hoje, Marc Burrage, Diretor Administrativo da Hays Polônia, nos conta que durante toda a sua carreira - onde, atualmente, lidera quase 400 funcionários distribuídos em seis escritórios -, observou muitos candidatos lutarem com a pergunta acima, quando não deveriam.
Na opinião do especialista, destacar os pontos fortes e fracos é uma linha de conversa que oferece aos candidatos uma ótima oportunidade de impressionar a pessoa que lidera a entrevista de emprego.
Marc explica que, muitas vezes, ele percebeu que os candidatos tinham a errônea crença de que a resposta para essa pergunta é fácil, e estes acabavam dando uma resposta insatisfatória sem parar para pensar no que estava sendo dito. E é por isso que no texto de hoje, o Diretor Administrativo dará as melhores dicas para que candidatos saibam responder: “Quais são seus pontos fortes e fracos?”.
Antes de continuar a leitura, você precisa saber que, na opinião de Marc, não há uma resposta correta para esta pergunta. Uma boa resposta, ou até mesmo uma ótima resposta, dependerá de suas habilidades e experiências. Há, no entanto, uma maneira correta de respondê-la. Sua abordagem e estrutura na resposta determinarão como você se vê como pessoa e se pode oferecer à parte contratante o que ela está procurando.
Para dar a melhor resposta possível, o especialista recomenda olharmos para cada parte da pergunta separadamente.
"Quais são seus pontos fortes?"
Esta é uma típica pergunta de entrevista de emprego e deve ser um momento emocionante para o candidato, pois lhe dá a chance de mostrar os atributos e habilidades que ele pode não ter conseguido transmitir em outro ponto da conversa.
“Citar seus pontos fortes é uma excelente maneira de reforçar a imagem positiva de si mesmo na mente do entrevistador”, afirma Marc.
No entanto, o especialista explica que isso não significa que o candidato deva simplesmente listar qualidades que ele acha que o fazem parecer bom. Apesar das conotações positivas, ainda há uma maneira errada de responder a essa pergunta, e é importante que o candidato não se prenda ao momento.
“Certifique-se de que tudo o que você disser seja relevante para a empresa e, mais especificamente, para a função em si. Use a especificação do trabalho como referência para o que você precisa para desempenhar a função com sucesso e certifique-se de que está assinalando as habilidades e experiência mencionadas nela. Se ainda não o fez, reserve um tempo para pesquisar a empresa e sua cultura, seja pelo site ou pelas redes sociais. Além de ajudá-lo a entender se eles serão adequados para você, também aumentará sua compreensão do que eles estão procurando”.
O especialista também orienta candidatos a mencionarem também habilidades técnicas, habilidades transferíveis e características.
“O primeiro deve ter sido apresentado em seu CV ou carta de apresentação, mas lembre-se de que a pessoa que o entrevista pode não ter lido isso completamente, então vale a pena lembrá-lo do que você pode oferecer. Mas, se você está se candidatando a uma função que exige habilidades difíceis que você não possui, é melhor se concentrar em características e habilidades sociais e demonstrar que você pode aplicá-las aqui. Você também pode dizer que um de seus pontos fortes é a velocidade com que você adquire novas habilidades técnicas e usar exemplos de experiências anteriores para provar isso”.
Outro ponto que Marc faz questão de ressaltar é o fato de que essa parte da entrevista é uma oportunidade para você se destacar de outros candidatos. Portanto, lembre-se de garantir que seus pontos fortes listados o diferenciam dos demais.
“Não diga nada óbvio que qualquer candidato possa reivindicar. Um dos piores pontos fortes que os candidatos dão, na minha opinião, é ‘eu trabalho duro’ - acredite, isso tem o efeito oposto ao que o entrevistador espera ter.Todos deveriam sentir isso sobre si mesmos, e qual é a alternativa? Duvido muito que qualquer um dos outros candidatos tenha dito ‘eu não trabalho muito’, então pense no que o torna único e o mais adequado para a função”, destaca o especialista.
Isso nos leva ao último ponto que Marc considera ser fundamental para ressaltar nossos pontos fortes: seja específico.
De acordo com o Diretor Administrativo da Hays Polônia, descrever traços e habilidades sociais que fazem do candidato o funcionário ideal é muito bom. Mas, mesmo sendo honesto, qualquer descrição vaga pode parecer insincera. Por isso, ele recomenda que o profissional escolha uma área relevante à qual ele possa aplicar seus traços e habilidades com sucesso e, de preferência, use exemplos novamente.
"Quais são seus pontos fracos?"
Questionado sobre a melhor maneira de destacar pontos fracos, Marc diz acreditar que este aspecto da questão é o que as pessoas são mais propensas a lutar.
Segundo o especialista, a coisa mais importante para quem acha essa pergunta intimidadora é vê-la como uma oportunidade de impressionar, em vez de uma armadilha para pegá-lo.
“Para muitos de nós, há a tentação de ‘um’ e ‘ah’ enquanto você luta para pensar em qualquer coisa que possa ser concebida como uma fraqueza, quase como se o pensamento nunca tivesse ocorrido a você. Por favor, não cometa esse erro, pois essa é uma pergunta comum em entrevistas e você parecerá despreparado. Além disso, você vai se deparar com falta de autoconsciência.
A autoconsciência é muitas vezes uma característica desejável para os empregadores e mostra que você pode trabalhar bem com os outros. Ela destaca que você é capaz de avaliar seu próprio desempenho e construir sobre ele, bem como tirar lições de críticas construtivas e seguir em frente. Portanto, a honestidade também será bem vista. Culpar os outros pelas fraquezas que você mencionou, ou dar desculpas para elas, sugere que você está menos disposto a trabalhar em si mesmo e, portanto, não será tão atraente para potenciais empregadores”, explica.
Marc também chama atenção para a importância de saber encontrar um equilíbrio entre os pontos fortes e fracos, para que não haja riscos do candidato não atingir as expectativas desejadas pelo recrutador.
“Existe o risco de o candidato acabar indo longe demais na outra direção. De qualquer forma, é possível ser honesto demais e listar muitas deficiências, caso em que a pessoa que contrata para a função pode pensar que você não possui as habilidades ou características necessárias. Encontrar esse equilíbrio é fundamental. A melhor maneira de fazer isso é primeiro considerar o que o entrevistador realmente quer descobrir”, afirma Marc.
O Diretor Administrativo explica que é inevitável enfrentarmos alguns desafios ao iniciar uma nova função. Por isso, ele considera ser importante explicar que o profissional explique como reagiu a outros problemas no passado e prove que aprendeu com isso e fez melhorias como resultado.
“Isso não significa que você deva tentar distorcer suas fraquezas tentando insinuar que elas são uma força: ‘sou um perfeccionista’ ou ‘preciso estar ocupado’. O entrevistador não vai cair nessa”, alerta Marc.
“Em vez disso, use suas fraquezas como ponto de partida para explicar como você está adquirindo habilidades jornalísticas ou por que deseja o emprego para o qual está se candidatando. Por exemplo, você pode substituir ‘sou perfeccionista’ por ‘às vezes passo muito tempo focando nos detalhes. Eu gostaria desse papel porque me permitiria desenvolver minha capacidade de olhar para o quadro maior’”, continua Marc.
Outra dica dada pelo especialista é discutir quaisquer pontos fracos que você está trabalhando, ou quaisquer problemas anteriores que você teve e como você aprendeu ou requalificou como resultado.
“Idealmente, você usará uma história de seu trabalho anterior ou experiência acadêmica para demonstrar sua jornada. Isso é o que o entrevistador quer saber.”
Marc dá um passo a passo sobre a melhor maneira de descrever essa jornada.
Em primeiro lugar, o especialista orienta que candidatos evitem o uso de palavras que possam ser vistas como muito negativas ou que tenham essas conotações (por exemplo, “falhou”, “malsucedido” ou “pobre”). Isso não ajudará na percepção do entrevistador sobre você, mesmo que esteja acontecendo inconscientemente.
Em vez disso, explique que um projeto ou tarefa “não correu tão bem quanto você esperava” ou que “os resultados poderiam ter sido melhores” – isso mostrará que você mantém altos padrões e está sempre procurando fazer o melhor trabalho possível. Após, deixe-os saber por que você acredita que isso aconteceu e o que você fez ou faria melhor na próxima vez.
Outra dica importante é escolher pontos fracos que não sejam necessariamente relevantes para a função. Por exemplo:
- Esta é uma função de recrutamento ou vendas, ou uma que exigirá que você interaja com novas pessoas regularmente? Se não, então talvez mencione que você costumava ou ainda pode ser tímido às vezes;
- Você terá que falar no palco ou para a câmera com frequência? Se não, você pode dizer que pode ficar nervoso antes de falar em público;
- Você precisará usar um determinado software ou hardware? Se não, você pode admitir sua inexperiência com isso. Nesse caso, apenas certifique-se de que seja relevante para a conversa (ou seja, foi necessário em uma função anterior ou semelhante) ou parecerá estranho mencioná-lo em primeiro lugar.
“Este é outro caso em que sua pesquisa sobre a empresa e a função será usada. Quanto mais você souber sobre o que precisará para ter sucesso, mais também saberá que é irrelevante. Estes podem ser seus pontos fracos listados”, conclui o especialista.
“Quais são seus pontos fortes e fracos?”: Por que essa pergunta é tão comum?
Marc explica que, durante uma entrevista de emprego, ao realizarem essa pergunta, os entrevistadores podem aprender muito sobre sua personalidade, habilidades e aplicação.
“Dedicar um tempo para garantir que haja uma estrutura para cada uma de suas respostas e que o resultado desejado seja positivo o ajudará a transmitir a melhor impressão possível e a se destacar dos outros candidatos”, orienta o Diretor Administrativo.